Já faz algum tempo que cientistas de todo o mundo estão em busca de exoplanetas que possam oferecer as condições necessárias para a existência de vida. Para isso, como você já deve saber, os mundos devem se encontrar nas zonas habitáveis de suas estrelas, isto é, a uma distância que permita que a água em seu estado líquido possa existir em sua superfície — condição necessária para que organismos possam se desenvolver.
Na verdade, as evidências sugerem que existem muitos desses planetas por aí, e vários possíveis candidatos já foram detectados pelo universo. A dificuldade é que, na maioria das vezes, depois de eles serem melhor estudados, resulta que esses exoplanetas não são tão habitáveis como se esperava, pelo menos não para os padrões terrestres. Mas as apostas de nos depararmos com planetas habitáveis são altas — e é por essa razão que o anúncio que a NASA fez hoje é tão extraordinário.
Segundo a agência espacial norte-americana, um time internacional de astrônomos descobriu um sistema solar composto não por um, mas por sete planetas do tamanho da Terra, e as medições realizadas pelos cientistas indicaram todos eles podem ser rochosos. E tem mais: pelo menos três desses mundos se encontram orbitando na zona habitável de sua estrela, o que significa que eles podem, potencialmente, abrigar água em sua forma líquida.
Boas notícias
De acordo com a NASA, esse sistema se encontra relativamente perto de nós, a cerca de 40 anos-luz de distância, na constelação de Aquário. Os planetas orbitam ao redor de uma anã vermelha — uma classe de estrela mais fria e com brilho mais tênue — chamada Trappist-1, cuja massa corresponde a apenas 8% da massa do nosso Sol, e foram batizados de momento pelas siglas Trappist B ao H.
Este é o sistema solar com o maior número de planetas rochosos e que potencialmente poderiam abrigar água em sua forma líquida na superfície já descoberto até agora
Este é o sistema planetário com o maior número de mundos com dimensões semelhantes às da Terra e que potencialmente abrigam água já descoberto até agora, e seria semelhante ao sistema formado por Júpiter e suas luas, Calisto, Io, Europa e Ganímedes. Na verdade, os cientistas voltaram sua atenção para esse sistema em maio do ano passado, depois que eles detectaram a existência de três planetas orbitando ao redor da Trappist-1.
A confirmação de que havia mais planetas nesse sistema solar só aconteceu nos meses seguintes, depois que diversos telescópios aqui da Terra foram apontados para a estrela. Os astrônomos sabem que os mundos de B a G existem com certeza e são possivelmente rochosos, mas ainda precisam confirmar que o H realmente está lá.
Sistema extraordinário
O planeta que se encontra mais próximo da Trappist-1, o B, demora apenas um dia para completar uma órbita ao redor da estrela, enquanto que o que está mais distante leva 12. Além disso, os três primeiros provavelmente se situam perto demais de seu sol e, portanto, podem ser quentes demais para abrigar água líquida, enquanto que o H (se sua existência for confirmada) se encontra muito distante, o que significa que ele pode ser um mundo gelado.
Os astrônomos ainda têm muito o que descobrir sobre o sistema planetário
Entretanto, os demais planetas, Trappist E, F e G, se encontram na distância ideal para abrigar água líquida em sua superfície e poderiam, potencialmente, abrigar formas de vida. Ademais, esse sistema é bastante compacto e organizado, já que seus planetas se encontram em um mesmo plano — tal como o nosso sistema solar —, suas órbitas seguem um ritmo periódico e a gravidade de cada mundo influencia a órbita do planeta que se encontra mais próximo.
Com relação à possibilidade de esses planetas abrigarem formas de vida, os astrônomos disseram que ainda é cedo demais para dizer. Entretanto, eles explicaram que a Trappist-1 é uma estrelinha bem jovem e consome hidrogênio a um ritmo tão lento, que ela ainda deve “viver” por mais 10 trilhões de anos.
Sendo assim, mesmo que não existam organismos vivos por lá ainda, quando o nosso Sol morrer, daqui alguns bilhões de anos, isso terá dado tempo suficiente para que alguma forma de vida possa evoluir em um dos planetas que orbitam ao redor da estrela anã. Seja como for, os astrônomos passarão os próximos anos estudando esse sistema planetário, portanto, teremos que aguardar por mais novidades!
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