sexta-feira, 15 de maio de 2015

Dona de cachorra torturada perde guarda das três filhas após denúncia

O juiz em exercício da 1ª Vara da Família de Petrópolis, na Região Serrana, Ricardo Rocha, expediu nesta sexta-feira (15) mandado de busca e apreensão das três filhas - de 4, 7 e 9 anos - da dona da cachorra Belinha que morreu após ser escalpelada. A mulher foi denunciada por maus-tratos contra as crianças junto com o ex-marido, que é suspeito de ter torturado a cadela que vivia com mais 16 cães no local. O juiz deferiu a guarda para a avó paterna.

A mãe prestou depoimento na 105ª Delegacia de Polícia, no Retiro, durante a tarde. As três crianças também estavam na unidade policial. Um oficial de justiça foi à delegacia para apreender as crianças e entregá-las à avó paterna. A mãe será liberada e vai aguardar um posicionamento da Justiça sobre o caso.
A decisão foi tomada após denúncia feita pelo delegado titular da 105ª DP, Alexandre Ziehe, relatando as condições precárias em que as crianças viviam entre os diversos animais do casal, em meio à fezes e urina. Um vídeo (veja acima) entregue ao investigador nesta quinta-feira (14) mostra o local, considerado insalubre, onde moravam as crianças.
Estado da cachorra Belinha após tortura comoveu moradores de Petrópolis (Foto: Rosana Portugal / Arquivo Pessoal)Estado da cachorra Belinha após tortura comoveu
moradores de Petrópolis
(Foto: Rosana Portugal / Arquivo Pessoal)
Relembre o caso
A tortura da cachorra Belinha causou comoção e indignou moradores de Petrópolis. O caso foi divulgado nesta quinta-feira (14) por uma entidade que presta assistência aos animais. A vira-lata, com cerca de 3 anos, foi encontrada pela dona na quarta, à beira da morte, com uma orelha cortada e quase 40% da pele arrancados. O suposto agressor, o ex-marido da mulher que cuidava de Belinha, foi detido na tarde desta quinta e levado para a 105ª DP para prestar depoimento. O fato foi levado para a Vara da Violência Doméstica e o mandado de prisão temporária foi expedido.
A dona de Belinha participa ativamente de campanhas para adoção de animais e o terreno onde ficam os cachorros é usado como lar provisório. Há pouco mais de um mês, uma campanha de adoção diminuiu de 47 para 17 o número de cachorros no local. Dentre os que ainda não tinham conseguido uma nova família estava Belinha.

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