Ufersa é finalista do prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social

A Ufersa está entre os finalistas do Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social 2015.

A Universidade Federal Rural do Semi-Árido está entre os finalistas do Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social 2015. Das quase mil propostas enviadas, 154 foram certificadas e apenas três foram selecionadas para cada uma das seis categorias. Dentre os três finalistas está a proposta submetida pelo Prof. Dr. Gustavo Henrique Gonzaga da Silva, coordenador do Limnoaqua, intitulada “Gente da Maré: melhorando as condições de vida das marisqueiras do Nordeste”.

O Prêmio é concedido a cada dois anos e tem por objetivo certificar, premiar e difundir tecnologias sociais já aplicadas e ainda em atividade, que se constituam em efetivas soluções para questões relativas a: água, alimentação, educação, energia, geração de renda, habitação, meio ambiente e saúde.

O valor total em prêmios é de R$ 600 mil, sendo R$ 50 mil para a iniciativa vencedora de cada uma das seis categorias e mais R$ 25 mil para as outras duas finalistas, sendo que todo o recurso deverá ser obrigatoriamente destinado á melhoria das condições das populações locais. A cerimonia de premiação ocorrerá em Brasília no dia 29 de outubro.

O prof. Gustavo Silva ressalta a importância de todos os parceiros envolvidos no projeto que contou com várias instituições brasileiras e canadense e principalmente com as marisqueiras do nordeste. “Estar entre os finalistas deste importante prêmio nacional comprova a importância do projeto que foi desenvolvido por muitos parceiros espalhados por vários estados nordestinos e com colaboração de pesquisadores do Brasil e do exterior”, comenta.

A maioria das atividades propostas no “Gente da Maré” foi desenvolvida no rio Grande do Norte junto as marisqueiras que atuam no município de Grossos-RN e na Reserva do Desenvolvimento Sustentável da Ponta do Tubarão, próximo a Macau-RN. Na região de Grossos as atividades foram realizadas junto a Associação das Mulheres Pescadoras e Artesãs do munícipio. De acordo com o professor Gustavo Silva, além dos cursos de capacitação, desenvolvimento de técnicas de processamento de pescado, estudos ecológicos e biológicos e de manejo pesqueiro, também foi realizada a reforma do galpão utilizado pelas marisqueiras para o processamento do marisco, no intuito de adequá-lo a legislação sanitária vigente, o que proporcionou melhorias nas condições de trabalho destas mulheres e aumento da renda obtida com a venda do marisco in natura e processado na forma de marinados e defumados. O projeto gerou ainda quatro livros: Gente da Maré: Aspectos Ecológicos e Socioeconômicos da Mariscagem no Nordeste Brasileiro, Guia Ilustrado de Moluscos do Rio Grande do Norte, Cartilha Comunitária Sobre Saúde no Trabalho da Marisqueira e Marisco na Culinária Nordestina.

“O ‘Gente da Maré’ é um exemplo de projeto bem sucedido, que envolveu pesquisa e extensão e que pode servir de exemplo para futuras parcerias, pois além de ter auxiliado na melhoria das condições de vida e trabalho das marisqueiras do Nordeste, também gerou diversos protocolos, artigos científicos, livros, além de dissertações e teses, tal qual a defendida por Allyssandra Rodrigues, sob minha orientação, junto ao Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal da Ufersa” destaca o professor Gustavo silva.