Adriano de Souza vai à final em Pipe e, com a queda de Mick Fanning na semi para o campeão de 2014, leva a temporada do Circuito Mundial - além do título no Havaí
Foram dez anos de espera. Nesta quinta-feira, Adriano de Souza, o Mineirinho, nem precisaria ser campeão da etapa de Pipeline para ficar com o título da temporada 2015 do Circuito Mundial de Surfe. Com a ajudinha de Gabriel Medina, que derrotou Mick Fanning nos últimos instantes da bateria semifinal, o paulista do Guarujá se tornou o segundo brasileiro campeão mundial de surfe, alcançando a final no Havaí. Mas isso não era o suficiente. Em uma decisão brasileira, que reuniu os campeões de 2014 e 2015, Mineirinho desbancou Medina e ainda levou a coroa da última etapa do ano (14,07 x 8,50) - um feito inédito para o surfe nacional.
- Basicamente, eu estava buscando o troféu do título mundial, mas é um bônus ser campeão de Pipeline, como O'Brien, Slater, Bede Durbidge... São tantos nomes na minha mente agora... Não tenho nem palavras. Sou abençoado por Deus. É fantástico ser campeão, contra meu amigo Gabriel na final. Estou feliz em finalizar o dia bem e quero dizer "muito obrigado a todos os brasileiros". Eu sou o campeão!
Medina não saiu de mãos vazias. O surfista de Maresias, que fez história no ano passado como o primeiro brasileiro campeão do mundo no surfe, levou a Tríplice Coroa, competição que reúne três etapas no Havaí, sendo duas válidas pelo QS (divisão de acesso), em Haleiwa e Sunset Beach, e a última pelo CT (elite), em Pipeline.
Adriano de Souza é carregado pela torcida após título mundial (Foto: Laurent Masure)
Há dez temporadas brigando pelo título da elite do surfe mundial, Mineirinho começou a quinta-feira vencendo o australiano Josh Kerr nas quartas de final (5,50 x 4,43). Pressionado pela vitória de Mick Fanning sobre Kelly Slater (9,50 x 6,17), o brasileiro tinha a obrigação de terminar na frente do então líder do ranking para continuar sonhando com o título. O brasileiro fez a última bateria da semifinal já sabendo que só precisava vencer para ser campeão. Isso porque, minutos antes, o australiano tricampeão mundial foi eliminado por Gabriel Medina na briga para chegar à final. Medina venceu por 11,33 a 10,36, com um aéreo no apagar das luzes.
Adriano, então, encarou o havaiano Mason Ho para chegar à decisão no Havaí e ao tão esperado título mundial do circuito. Marcando bem o rival, o brasileiro fez 6,83 a a 3,83 para vencer e comemorar muito com a torcida brasileira presente nas areias de Pipeline. O paulista vibrou muito e dedicou a taça a Ricardo dos Santos, surfista morto em janeiro deste ano, e ao irmão Angelo de Souza.
Na final, o Brazilian Storm entrou em ação em dose dupla. Com um 7,67 e 6,40, Mineirinho somou 14,07 e superou Medina (8,50) para levar também a inédita conquista da etapa de Pipeline - a meca do surfe. No ano passado, o título ficou com o australiano Julian Wilson, derrotando justamente Gabriel Medina.
- Eu disse para o Gabriel na água que sem ele eu nunca seria campeão. Ele me mostrou o caminho para chegar até aqui. Muito obrigado, Gabriel, por me mostrar como ser campeão mundial. Muito obrigado, Simone, Charles por tornar Gabriel ainda mais campeão como pessoa. Dividir esse momento com ele na final é fantástico, é uma benção - disse Mineirinho.
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SEMIFINAIS
1: Mick Fanning (AUS) 10.36 x 11.33 Gabriel Medina (BRA)
2: Adriano de Souza (BRA) 6,83 x 3,83 Mason Ho (HAV)
2: Adriano de Souza (BRA) 6,83 x 3,83 Mason Ho (HAV)
FINAL
1: Gabriel Medina (BRA) 8,50 x 14,07 Adriano de Souza (BRA)
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