O agravamento da estiagem no Rio Grande do Norte poderá deflagrar um êxodo de mais de um milhão de pessoas das zonas afetadas pela seca para o litoral e a região metropolitana de Natal. A assombrosa estimativa consta no Plano Emergencial de Segurança Hídrica, elaborado pela Coordenadoria da Defesa Civil Estadual. O documento, ao qual a reportagem do portalnoar.com teve acesso com exclusividade, deverá ser lançado pelo governo nos próximos dias.
“É necessária e precisa a intervenção emergencial proposta neste plano para que evitemos, dentre outros impactos sociais, ambientais e econômicos, o mais severo de todos, a migração de mais de um milhão de pessoas de suas terras para as regiões metropolitana da Capital e litorâneas, o que pode gerar crescimento desordenado e grande impacto econômico e social”, diz trecho do documento de 27 páginas.
O documento destaca que, dos 47 mananciais que o Estado possui (mais de cinco milhões de metros cúbicos), o volume total que eles apresentam hoje é de 20% de sua capacidade. “Já dos reservatórios superficiais, 40% estão no volume morto. Esse número chegará a 60% até o fim deste ano”, alerta o documento.
No levantamento da Defesa Civil, uma das grandes apostas seria focar nos reservatórios subterrâneos. “As únicas reservas subterrâneas capazes de impactar significativamente para minimizar o efeito da seca no abastecimento da população
hoje afetada pela estiagem encontram-se no Aquifero Arenito Assu e no Aquifero Barreiras, áreas distantes dos maiores centros habitacionais que sofrem atualmente com a estiagem”.
O texto aponta que, nestes aquíferos, estão as reservas de água em quantidade e qualidade adequadas para atender aos sistemas de abastecimento e suprimento hídricos, por isto a necessidade de perfuração de poços profundos.se