A Secretaria Municipal de Saúde de Natal (SMS), apresentou, em coletiva de imprensa realizada na manhã desta segunda-feira (7), no auditório da SMS, a nova abordagem de vigilância e combate ao mosquito Aedes aegypti - o Vigiadengue -, bem como a atual situação epidemiológica de Natal e as ações que serão desenvolvidas pelo Município durante o Estado de Emergência, que foi decretado na última quinta-feira (3), e tem validade de 180 dias. O Vigiadengue foi escolhido pelo Ministério da Saúde, como projeto piloto a ser implantado em todo país, e já foi reconhecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pela Organização Pan-americana de Saúde (OPAS).
O Vigiadengue é um sistema de monitoramento ativo com base na vigilância epidemiológica e vigilância entomológica das arboviroses (doenças virais transmitidas por meio de vetores) de importância para a saúde pública. A nova abordagem tem a finalidade de realizar o monitoramento contínuo a fim de identificar as áreas de maior risco para a ocorrência de surtos e epidemias, além de criar categorias de risco, a partir da utilização de indicadores epidemiológicos e entomológicos que já são utilizados na rotina e outros a serem desenvolvidos, além de e estabelecer categorias de intervenção ou estágio de resposta para cada nível de risco.
A diretora do Departamento de Vigilância em Saúde, Juliana Araújo, ressalta que o Vigiadengue já apresenta os primeiros resultados positivos no controle de surtos epidêmicos. “Esse programa já foi aprovado pelo Ministério da Saúde e será referência no Brasil no combate e controle ao mosquito Aedes aegypti. Esse é um projeto inovador de controle vetorial gestado dentro da SMS”.
A diretora do Departamento de Vigilância em Saúde, Juliana Araújo, ressalta que o Vigiadengue já apresenta os primeiros resultados positivos no controle de surtos epidêmicos. “Esse programa já foi aprovado pelo Ministério da Saúde e será referência no Brasil no combate e controle ao mosquito Aedes aegypti. Esse é um projeto inovador de controle vetorial gestado dentro da SMS”.
Com a nova metodologia será possível classificar semanalmente a cidade em áreas com distintos níveis de risco, orientar a intervenção de acordo com o nível de risco de cada área, considerando as intervenções mais adequadas para cada nível, além de mensurar e documentar o tempo entre a identificação do risco e o início da resposta. Além disso, foi criado o mapa de risco de Natal, desenvolvido pela Fiocruz, que será implementado em 2016, podendo, dessa forma, investigar 100% dos casos georreferenciados.
Pelo Vigiadengue, o nível 1 acontece quando não há nenhum sinal de alerta por três semanas consecutivas. O nível 2 é caracterizado quando há um sinal de alerta acima do limiar médio por duas semanas consecutivas e dois sinais de alerta acima do limiar médio por no mínimo uma semana. O nível 3 acontece quando o número de casos de dengue ultrapassar o limite epidêmico para duas semanas consecutivas e o início da área com circulação do zika vírus ou a (re)introdução do sorotipo DENV. Por fim, o nível 4 é quando o número de casos estiver por três semanas ou mais consecutivas acima do limite epidêmico e pela introdução do vírus Chikungunya.
“Agora teremos uma ação diferenciada em cada bairro e podemos controlar, com antecipação, os possíveis surtos epidêmicos que possam acontecer em alguns bairros. Com isso, conseguiremos bloquear o surto antes que ele se expanda e, se não evitar a epidemia, diminuir o impacto dela. Hoje temos uma análise e planejamento realizado semanalmente”, explica Alessandre Medeiros, chefe do Centro de Controle de Zoonoses.
Alessandre Medeiros, explica que atualmente há um risco real de o vírus Chikungunya circular em Natal. Hoje, há dois casos sendo investigados de Chikungunya na zona Norte de Natal: em Nossa Senhora da Apresentação e no Potengi.
O secretário Luiz Roberto Fonseca explicou os motivos que levaram o município a decretar Estado de Emergência. “Hoje estamos com uma necessidade cada vez maior de realizar vários tipos de procedimentos, como é o caso de tomografia computadorizada, que auxilia na investigação desses casos de microcefalia. Sem a Emergência, teríamos que esperar até seis meses, mas agora conseguiremos agilizar esse processo. Estamos lidando com vidas humanas e não estamos medindo esforços para vencermos essa guerra”.
Luiz Roberto agradeceu a sensibilidade dos agentes de endemias que não aderiram à paralisação, por entenderem a importância do atual momento no combate ao vetor. “Os agentes de endemias e os agentes comunitários de saúde são um dos profissionais mais importantes nessa luta, pois eles conseguem dá uma resposta mais rápida e combater diretamente o vetor. Além disso, eles são fundamentais no processo de mudança de paradigma, de sensibilizar a população de que não se pode vencer o mosquito sozinho. Eles tem a capacidade de fazer a prevenção e a promoção à saúde ao mesmo tempo”.
Em relação a greve, o secretário disse que espera sensibilidade da Justiça ao apreciar o pedido de ilegalidade da greve, seguindo a recomendação do Ministério Público, para que a greve seja encerrada. Luiz Roberto explica que todos os pontos de pauta – fardamento, protetor solar, aumento do vale alimentação – já foram atendidos, com exceção, apenas do reajuste da data base. “Mas o município não conseguiu reajustar salário de nenhuma categoria, pois a prioridade do prefeito Carlos Eduardo está sendo pagar o salário dos servidores em dia. Essa greve está sendo inoportuna e esperamos que prevaleça o bom senso”.
A chefe do Setor de Vigilância Epidemiológica do Departamento de Vigilância em Saúde (SVE/DVS), Aline Bezerra, também esteve na coletiva e falou sobre os procedimentos de investigação do surto de microcefalia em Natal. Até o momento, de setembro até hoje, são 37 crianças diagnosticadas com microcefalia residentes em Natal, sendo quatro óbitos. “É uma situação assustadora e mais uma razão para se engajar na luta contra o mosquito. Educação em saúde é o que fazer com que consigamos mudar esse cenário”.
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