Os problemas de sono – a lista é extensa e mais complexa que a popular insônia – afetam mais de 45% da população mundial. Os dados foram coletados em 2011 pela Associação Mundial de Medicina do Sono. É bastante provável que os cenários político e econômico dos últimos anos tenham feito aumentar essa porcentagem. Mas afinal, o que faz com que aproximadamente metade dos indivíduos não durma bem? “As três causas mais relevantes são privação de sono, ou seja, as pessoas estão dedicando ao sono menos horas e cuidado do que deveriam; insônia, quando a pessoa tenta dormir, mas não consegue; e a apneia do sono, breves interrupções na respiração durante o sono”, explica Luciano Ribeiro, neurologista do Instituto do Sono.
Privação de sono
“A população em grandes centros urbanos está dormindo menos do que deveria”, alerta Ribeiro. Os motivos são velhos conhecidos de todo homem: trânsito, excesso de tarefas, acúmulo de funções e compromissos e o recente hábito de estar conectado mesmo nos momentos que deveriam ser destinados ao descanso. Atualmente os médicos concordam que cada pessoa tem uma necessidade específica em relação à quantidade de horas dormidas, mas a média populacional é 6,5 a 7 horas por noite. A medida para saber se você está dedicando tempo suficiente ao sono é a sensação durante o dia. “Se a pessoa dorme à meia-noite e acorda às 5h bem, passa o dia com bom funcionamento intelectual e físico, isso não é um problema. Porém, se esse mesmo horário de sono causa cansaço, ansiedade, aí é um problema. O que define se aquelas horas de sono representam uma questão de saúde são os sintomas diurnos”, explica Letícia Santoro Azevedo Soster, neurofisiologista clínica do Hospital Israelita Albert Einstein.
Insônia
Insônia
Entre as mulheres, a causa mais comum de insônia é a menopausa. Nos homens ela costuma ser situacional, ou seja, causada por um evento específico, como problemas financeiros, e superada após sua resolução, ou estar relacionada a problemas de respiração (leia quadro ao lado). Letícia alerta: “Os quadros de insônia estão aumentando também entre os homens, uma vez que a mente mais ativa, com diversos estímulos ao longo do dia e situações de ansiedade constante nos grandes centros urbanos, pode dificultar o relaxamento necessário para iniciar o sono”. O que deve preocupar é aquela insônia que pode até ter começado por uma questão específica, mas permanece mesmo depois que o problema se resolveu. “O sinal de alerta deve soar depois de três meses vivenciando episódios frequentes de insônia”, diz Ribeiro.
Apneia
Apneia
É esse o maior causador dos problemas de sono masculinos. Trata-se da interrupção ou diminuição da respiração durante o sono. Para ser considerada apneia as pausas devem durar no mínimo dez segundos. Em média, elas vão de 20 a 40 segundos, podendo ultrapassar um minuto e mais de 30 ocorrências por hora, nos casos mais graves. São cinco os fatores que desencadeiam esse quadro:
1 - Idade: “Por volta dos 40 anos os homens têm um relaxamento natural e progressivo da musculatura da faringe, dificultando a passagem de ar”, explica Maurício Bagnato, pneumologista da Unidade de Medicina do Sono do Hospital Sírio-Libanês;
2 - Excesso de peso. Nos homens, o acúmulo de gordura acontece na região da barriga e do pescoço, comprimindo ainda mais a faringe;
3 - Características físicas como amígdalas aumentadas ou posição do maxilar, que tornam a passagem de ar mais estreita;
4 - Respiração nasal falha, comumente associada a rinites e desvios do septo;
5 - Posição na hora de dormir. Quem dorme com a barriga para cima sofre mais com a pressão da gravidade sobre a faringe.
Os distúrbios do sono menos conhecidos
Síndrome das pernas inquietas
1 - Idade: “Por volta dos 40 anos os homens têm um relaxamento natural e progressivo da musculatura da faringe, dificultando a passagem de ar”, explica Maurício Bagnato, pneumologista da Unidade de Medicina do Sono do Hospital Sírio-Libanês;
2 - Excesso de peso. Nos homens, o acúmulo de gordura acontece na região da barriga e do pescoço, comprimindo ainda mais a faringe;
3 - Características físicas como amígdalas aumentadas ou posição do maxilar, que tornam a passagem de ar mais estreita;
4 - Respiração nasal falha, comumente associada a rinites e desvios do septo;
5 - Posição na hora de dormir. Quem dorme com a barriga para cima sofre mais com a pressão da gravidade sobre a faringe.
Os distúrbios do sono menos conhecidos
Síndrome das pernas inquietas
Quem sofre desse mal tem dificuldade em explicar os sintomas e em receber um diagnóstico preciso. Geralmente ela é descrita como incômodo nas pernas, formigamento, puxões, coceiras... todas essas sensações localizadas nos membros inferiores, no final do dia e começo da noite. O desconforto só é remediado por movimentos sucessivos com as pernas. Frequentemente taxado como mania, trata-se de um distúrbio neurológico que atinge até 15% da população.
Bruxismo
Bruxismo
É o ato de ranger ou apertar os dentes durante o sono. A força realizada sobre a musculatura da face é extremamente alta, levando comumente à quebra de dentes, dores de cabeça e na face. Sua causa ainda não foi definida, mas o tratamento é feito por um dentista.
Sonambulismo
Sonambulismo
É o ato de sentar, falar, caminhar durante o sono, como se estivesse acordado. É bastante comum na infância e tende a desaparecer na fase adulta, mas isso nem sempre acontece. Não se sabe exatamente por que ele ocorre, mas acredita-se que se trata de um desajuste nos níveis de despertar, quando somente uma parte das funções cerebrais acorda, mas não temos consciência disso.
Narcolepsia
Narcolepsia
O indivíduo com narcolepsia sofre de ataques irresistíveis de sono e perda de força motora após emoções fortes, podendo adormecer no meio de reuniões, eventos sociais ou até mesmo ao volante. Ela é um distúrbio do sistema nervoso central causado pela perda de um grupo de células localizadas no cérebro, mais precisamente no hipotálamo. Essas células morrem antes de produzir a substância responsável por nos manter acordados.
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