segunda-feira, 28 de março de 2016

7 problemas que podem acabar com uma boa noite de sono

Rolando na cama? Descubra o que causa sua insônia (Foto: Doron Gilg)

 



Os problemas de sono – a lista é extensa e mais complexa que a popular insônia – afetam mais de 45% da população mundial. Os dados foram coletados em 2011 pela Associação Mundial de Medicina do Sono. É bastante provável que os cenários político e econômico dos últimos anos tenham feito aumentar essa porcentagem. Mas afinal, o que faz com que aproximadamente metade dos indivíduos não durma bem? “As três causas mais relevantes são privação de sono, ou seja, as pessoas estão dedicando ao sono menos horas e cuidado do que deveriam; insônia, quando a pessoa tenta dormir, mas não consegue; e a apneia do sono, breves interrupções na respiração durante o sono”, explica Luciano Ribeiro, neurologista do Instituto do Sono.

Privação de sono
Se privar de um bom sono pode desenvolver insônia (Foto: Adriana Marto)

 
“A população em grandes centros urbanos está dormindo menos do que deveria”, alerta Ribeiro. Os motivos são velhos conhecidos de todo homem: trânsito, excesso de tarefas, acúmulo de funções e compromissos e o recente hábito de estar conectado mesmo nos momentos que deveriam ser destinados ao descanso. Atualmente os médicos concordam que cada pessoa tem uma necessidade específica em relação à quantidade de horas dormidas, mas a média populacional é 6,5 a 7 horas por noite. A medida para saber se você está dedicando tempo suficiente ao sono é a sensação durante o dia. “Se a pessoa dorme à meia-noite e acorda às 5h bem, passa o dia com bom funcionamento intelectual e físico, isso não é um problema. Porém, se esse mesmo horário de sono causa cansaço, ansiedade, aí é um problema. O que define se aquelas horas de sono representam uma questão de saúde são os sintomas diurnos”, explica Letícia Santoro Azevedo Soster, neurofisiologista clínica do Hospital Israelita Albert Einstein.

Insônia
insônia: principal causa da perda de sono (Foto: Adriana Marto)

 
Entre as mulheres, a causa mais comum de insônia é a menopausa. Nos homens ela costuma ser situacional, ou seja, causada por um evento específico, como problemas financeiros, e superada após sua resolução, ou estar relacionada a problemas de respiração (leia quadro ao lado). Letícia alerta: “Os quadros de insônia estão aumentando também entre os homens, uma vez que a mente mais ativa, com diversos estímulos ao longo do dia e situações de ansiedade constante nos grandes centros urbanos, pode dificultar o relaxamento necessário para iniciar o sono”. O que deve preocupar é aquela insônia que pode até ter começado por uma questão específica, mas permanece mesmo depois que o problema se resolveu. “O sinal de alerta deve soar depois de três meses vivenciando episódios frequentes de insônia”, diz Ribeiro.

Apneia 
Apneia: parar de respirar acaba com a saúde do sono (Foto: Adriana Marto)

 
É esse o maior causador dos problemas de sono masculinos. Trata-se da interrupção ou diminuição da respiração durante o sono. Para ser considerada apneia as pausas devem durar no mínimo dez segundos. Em média, elas vão de 20 a 40 segundos, podendo ultrapassar um minuto e mais de 30 ocorrências por hora, nos casos mais graves. São cinco os fatores que desencadeiam esse quadro:

1 - Idade: “Por volta dos 40 anos os homens têm um relaxamento natural e progressivo da musculatura da faringe, dificultando a passagem de ar”, explica Maurício Bagnato, pneumologista da Unidade de Medicina do Sono do Hospital Sírio-Libanês;
2 - Excesso de peso. Nos homens, o acúmulo de gordura acontece na região da barriga e do pescoço, comprimindo ainda mais a faringe;
3 - Características físicas como amígdalas aumentadas ou posição do maxilar, que tornam a passagem de ar mais estreita;
4 - Respiração nasal falha, comumente associada a rinites e desvios do septo;
5 - Posição na hora de dormir. Quem dorme com a barriga para cima sofre mais com a pressão da gravidade sobre a faringe.

Os distúrbios do sono menos conhecidos

Síndrome das pernas inquietas
Suas pernas doem ao acordar? Cuidado, você pode ter a síndrome (Foto: Adriana Marto)

 
Quem sofre desse mal tem dificuldade em explicar os sintomas e em receber um diagnóstico preciso. Geralmente ela é descrita como incômodo nas pernas, formigamento, puxões, coceiras... todas essas sensações localizadas nos membros inferiores, no final do dia e começo da noite. O desconforto só é remediado por movimentos sucessivos com as pernas. Frequentemente taxado como mania, trata-se de um distúrbio neurológico que atinge até 15% da população.

Bruxismo
Bruxismo, ranger ou apertar os dentes enquanto dorme, pode trazer várias consequências (Foto: Adriana Marto)
É o ato de ranger ou apertar os dentes durante o sono. A força realizada sobre a musculatura da face é extremamente alta, levando comumente à quebra de dentes, dores de cabeça e na face. Sua causa ainda não foi definida, mas o tratamento é feito por um dentista.

Sonambulismo
Sonambulismo: andar ao dormir pode deixá-lo exausto (mesmo não se lembrando disso) (Foto: Adriana Marto)
É o ato de sentar, falar, caminhar durante o sono, como se estivesse acordado. É bastante comum na infância e tende a desaparecer na fase adulta, mas isso nem sempre acontece. Não se sabe exatamente por que ele ocorre, mas acredita-se que se trata de um desajuste nos níveis de despertar, quando somente uma parte das funções cerebrais acorda, mas não temos consciência disso.

Narcolepsia
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Narcolepsia: leva à exaustão (e outras situações perigosas) (Foto: Adriana Marto)

 
O indivíduo com narcolepsia sofre de ataques irresistíveis de sono e perda de força motora após emoções fortes, podendo adormecer no meio de reuniões, eventos sociais ou até mesmo ao volante. Ela é um distúrbio do sistema nervoso central causado pela perda de um grupo de células localizadas no cérebro, mais precisamente no hipotálamo. Essas células morrem antes de produzir a substância responsável por nos manter acordados.

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