quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Com 2017 chegando, será que vamos ter novidades na medicina do esporte?

Neste ano, crescimento foi grande na área de diagnóstico e da fisiologia, e seguem as buscas por mais resistência, capacidade de derrubar tempos e resultados melhores

Por São Paulo
Primeira coisa que a imprensa costuma perguntar é sobre as novidades da medicina esportiva para o ano que se aproxima. O problema é que elas não dependem de datas específicas. São divulgadas logo que estiverem disponíveis e não esperam, afinal, o mercado sempre as aguarda. Podemos falar que o crescimento foi maior na área de diagnóstico e da fisiologia, tudo na busca de aumentar a resistência, a capacidade de derrubar tempos, mais técnicas que atinjam os resultados melhores. Mas estamos “batendo no teto” ou no limite fisiológico da maioria das modalidades.
Corredor atlético negro pensador (Foto: Getty Images)Evolução na medicina busca cada vez mais técnicas capazes de aumentar a performance (Foto: Getty Images)
Nos esportes coletivos, conhecer os defeitos e qualidades do adversário virou algo habitual e decisivo. As decisões são por detalhes, um erro banal pode decretar uma derrota da equipe. Como se sabe, há 30 anos, no futebol, laterais, volantes e meio-campistas não corriam mais do que 7km por jogo. Hoje em dia, podem chegar a 14 ou 15 km, o que obrigou a se aplicar novas técnicas de treinamento para aumento da velocidade em alto nível de resistência. Assim, ficou comum o consumo regular de cafeína, em doses pré-programadas antes das partidas.
+ Traçar o perfil genético pode ajudar a evitar lesões e melhorar desempenho

Os modismos podem atrapalhar, mas o nível científico e maior rigor nas pesquisas e na criação de métodos produziram aparelhos interessantes. Por exemplo, uma espécie de GPS para cada jogador, usado com um suspensório no tórax que registra todas as deslocações e outros movimentos do atleta, seu gasto de calorias e perdas líquidas durante um jogo.

E para nós, simples corredores de rua, o que temos? Podemos resumir nos novos materiais das camisetas, calções e meias para melhor troca do calor produzido pelo corpo, sem esquecer do mais querido o tênis. Com preços dignos de sapatos de pelica, eles fazem a cabeça do esportista. Os valores são elevados, mas a expectativa das espetaculares qualidades prometidas são as vezes frustrantes surpresas. Não há milagre. O pé tem que estar confortável e não sofrer de compressões internas ou externas anormais, que possam causar lesões, ter ótimo amortecedor e uma estrutura semirrígida, que não seja mole mole, etc. Escolha o que agradar e não exatamente o mais caro e faça bons treinos.
A busca dos possíveis atletas que usaram substâncias dopadoras é outra luta contínua. Para descobrir os ilegais, o material é coletado desde antes, durante e depois dos Jogos Olímpicos, material este que será mantido em guarda por anos, podendo ser reavaliado com novas técnicas aperfeiçoadas ano a ano. Feliz Ano Novo!

*As informações e opiniões emitidas neste texto são de inteira responsabilidade do autor, não correspondendo, necessariamente, ao ponto de vista do Globoesporte.com / EuAtleta.com
EuAtleta Nabil Ghorayeb Cardiologia Especialista (Foto: EuAtleta)


NABIL GHORAYEB
Formado em medicina pela FM de Sorocaba PUC-SP, Doutor em Cardiologia pela FMUSP , Chefe da Seção CardioEsporte do Instituto Dante Pazzanese Cardiologia, Especialista por concurso em Cardiologia e Medicina do Esporte, Médico Sênior do Grupo Fleury Medicina e Saúde, Coordenador da Clínica CardioEsporte do HCor, CRM SP 15715 , Prêmio Jabuti de Literatura Ciência e Saúde. www.cardioesporte.com.br

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