O armador Joaquim Aureliano Araújo afirma que teve o auxílio-doença suspenso pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) em Goiânia. Ele sofreu acidente de trabalho há dois anos, mas ainda se movimenta com dificuldades. Sem poder trabalhar, a empresa diz que não pode colocá-lo para trabalhar pois ele está de atestado. Já o instituto nega o benefício com base no laudo médico.
“Eu estou naquele pingue pongue. Eu vou na empresa, a empresa me manda para o INSS. O INSS não concede o meu benefício. Eu volto para a empresa, a empresa diz ‘não posso pegar você agora, porque você está com o laudo do médico, está de atestado médico. Como que eu vou pegar você? Se nós colocarmos você para trabalhar o Ministério do Trabalho vem aqui e multa a gente’”, desabafou.
O G1 entrou em contato com INSS por email às 11h30 deste domingo (8) e aguarda o posicionamento do órgão sobre o caso.
Joaquim se feriu em fevereiro de 2015, quando trabalhava na construção do prédio do Ministério do Trabalho, em Goiânia. Ele estava em cima de uma carreta, descarregando ferragens, quando uma máquina vibrou a rampa onde o caminhão estava e o veículo desceu desgovernado. O operário caiu da carreta e ficou desacordado por 15 minutos.
Conforme consta nos exames, Joaquim teve uma fratura na tíbia. Depois do acidente, já passou por quatro cirurgias na perna e espera por outra no tornozelo desde o último mês de outubro. Ele recebeu o auxílio-doença por um ano e seis meses. Em setembro do ano passado o benefício foi cortado, ele procurou o INSS e foi informado que deveria passar por outra perícia.
Porém, segundo o operário, mesmo depois de fazer novos exames que constataram as fraturas, o auxílio foi negado. No laudo o perito afirma que Joaquim pode trabalhar, mas ele não foi aceito de volta pela empresa porque não foi liberado pelo médico e continua de atestado até março.
A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia informou à TV Anhanguera que a cirurgia que Joaquim aguarda não é de urgência e a vaga deve sair nos próximos dias.
Sem trabalhar e com dificuldades para se locomover, ele não consegue cuidar dos filhos para que a esposa possa sair para o trabalho.
“Está faltando tudo dentro de casa aqui para minha família, aluguel atrasado desde o mês de setembro, quando o INSS cortou meu benefício. O dono vem me cobrar e eu falo ‘pra onde que eu vou’”, desabafou.
Operário diz que teve auxílio suspenso mesmo depois de exames (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
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