Você deu uma boa olhada na tatuagem
acima? Criada há cerca de dez anos nas costas de um cara chamado Tim
Steiner, ela não “pertence” mais a ele. Isso porque, segundo Harry Low,
da BBC,
a tattoo foi comprada por um colecionador de arte alemão por 150 mil € —
perto de R$ 500 mil — em 2008, e o contrato firmado entre os dois
estipula que, quando Steiner morrer, sua pele será dissecada e a obra de
arte será enquadrada como se fosse uma pintura.
Estranho? Um pouco... Mas, deixe a gente contar a inusitada história dessa tattoo melhor. De acordo com Harry, tudo começou há uma década, quando a namorada de Steiner — que, na época, era dono de um estúdio de tatuagens em Zurique, na Suíça — conheceu um artista belga que estava em busca de alguém que topasse se transformar em uma tela de pintura humana.
A obra assinada pelo belga Wim Delvoye
A colorida composição também traz outros elementos, como pássaros, rosas azuis e vermelhas e dois peixes — koi — em estilo oriental nadando entre flores de lótus e montados por um par de crianças. A obra foi batizada de “TIM”, e um detalhe importante é que Wim assinou a pintura.
Segundo a opinião de Steiner, os tatuadores são artistas incríveis que nunca foram realmente aceitos no mundo da arte contemporânea. Conforme disse, pintar sobre tela é uma coisa, e pintar sobre a pele com agulhas é algo completamente diferente. O fato é que o tal colecionador alemão se interessou pela obra de arte e comprou a pintura — portanto, Steiner, que recebeu um terço do valor da negociação, se descreve como a “moldura temporária” que carrega a peça.
Wim Delvoye "pintando" a pele de Steiner
Sobre a questão de ter a própria pele das costas removida e montada em um quadro ser um tanto quanto macabra, Steiner explica que, na verdade, se trata de um conceito antigo, tendo em vista que existem inúmeros registros históricos de que esse tipo de coisa era praticada no Japão. E, segundo a “moldura temporária”, se tudo for bem-feitinho e ficar bonito em um quadro, qual é o problema?
Steiner exposto como moldura viva
A “moldura temporária” costuma participar de, pelo menos, três eventos anuais, e o mais longo aconteceu no aniversário de 10 anos da obra, no ano passado, quando Steiner ficou em exposição cinco horas por dia, seis dias por semana, durante um ano inteiro, no Museum of Old and New Art — MONA — localizado na Tasmânia, Austrália. E não pense que essa vida de quadro vivo é moleza!
Afinal, imagine ter que ficar sentado com as mãos pousadas sobre os joelhos, com a coluna ereta e imóvel como uma estátua por longos períodos de tempo. Sem falar que muitas vezes Steiner é abordado pelos visitantes e, além de ser tocado e empurrado com frequência, ele já foi alvo de cuspidas e da ira verbal de pessoas que, por alguma razão, se sentiram ofendidas com a sua existência.
Um dia, a tatuagem será pendurada em uma parede, como se fosse uma tela de pintura
Sobre o “envelhecimento” da obra, uma das intenções de Wim, o artista, é justamente mostrar como uma pintura convencional e uma pintura viva são afetadas pela passagem do tempo. E, conforme disse Steiner, ele está sujeito a engordar, ganhar cicatrizes, sofrer queimaduras etc., e, de fato, ele passou por duas cirurgias na coluna desde que ganhou a tatuagem. Pois a vida seguirá seu curso, e esse processo afetará TIM, sem dúvida, até que a pele se transforme em quadro.
Estranho? Um pouco... Mas, deixe a gente contar a inusitada história dessa tattoo melhor. De acordo com Harry, tudo começou há uma década, quando a namorada de Steiner — que, na época, era dono de um estúdio de tatuagens em Zurique, na Suíça — conheceu um artista belga que estava em busca de alguém que topasse se transformar em uma tela de pintura humana.
Obra de arte ambulante
O artista era Wim Delvoye, um belga que, anos mais tarde, se tornou famoso depois de gerar uma baita polêmica quando resolveu tatuar alguns porcos. Pois Steiner topou deixar que Wim usasse suas costas para expressar sua arte e, cerca de 40 horas de trabalho depois, o resultado foi a enorme tattoo que você pode ver a seguir, composta por uma Virgem Maria com feixes amarelos emanando de sua auréola e coroada com uma caveira mexicana. Confira:A obra assinada pelo belga Wim Delvoye
A colorida composição também traz outros elementos, como pássaros, rosas azuis e vermelhas e dois peixes — koi — em estilo oriental nadando entre flores de lótus e montados por um par de crianças. A obra foi batizada de “TIM”, e um detalhe importante é que Wim assinou a pintura.
Segundo a opinião de Steiner, os tatuadores são artistas incríveis que nunca foram realmente aceitos no mundo da arte contemporânea. Conforme disse, pintar sobre tela é uma coisa, e pintar sobre a pele com agulhas é algo completamente diferente. O fato é que o tal colecionador alemão se interessou pela obra de arte e comprou a pintura — portanto, Steiner, que recebeu um terço do valor da negociação, se descreve como a “moldura temporária” que carrega a peça.
Wim Delvoye "pintando" a pele de Steiner
Sobre a questão de ter a própria pele das costas removida e montada em um quadro ser um tanto quanto macabra, Steiner explica que, na verdade, se trata de um conceito antigo, tendo em vista que existem inúmeros registros históricos de que esse tipo de coisa era praticada no Japão. E, segundo a “moldura temporária”, se tudo for bem-feitinho e ficar bonito em um quadro, qual é o problema?
Controvérsias
Steiner disse que a tatuagem já causou muita polêmica, pois, enquanto algumas pessoas aprovam a iniciativa, outras tantas não concordam com a coisa toda e alegam que ela fere os direitos humanos e associam a situação à prostituição ou à escravidão. Seja como for, Steiner começou a participar de exibições em galerias de arte e museus enquanto a tattoo ainda estava sendo criada e até hoje se apresenta pelo mundo.Steiner exposto como moldura viva
A “moldura temporária” costuma participar de, pelo menos, três eventos anuais, e o mais longo aconteceu no aniversário de 10 anos da obra, no ano passado, quando Steiner ficou em exposição cinco horas por dia, seis dias por semana, durante um ano inteiro, no Museum of Old and New Art — MONA — localizado na Tasmânia, Austrália. E não pense que essa vida de quadro vivo é moleza!
Afinal, imagine ter que ficar sentado com as mãos pousadas sobre os joelhos, com a coluna ereta e imóvel como uma estátua por longos períodos de tempo. Sem falar que muitas vezes Steiner é abordado pelos visitantes e, além de ser tocado e empurrado com frequência, ele já foi alvo de cuspidas e da ira verbal de pessoas que, por alguma razão, se sentiram ofendidas com a sua existência.
Um dia, a tatuagem será pendurada em uma parede, como se fosse uma tela de pintura
Sobre o “envelhecimento” da obra, uma das intenções de Wim, o artista, é justamente mostrar como uma pintura convencional e uma pintura viva são afetadas pela passagem do tempo. E, conforme disse Steiner, ele está sujeito a engordar, ganhar cicatrizes, sofrer queimaduras etc., e, de fato, ele passou por duas cirurgias na coluna desde que ganhou a tatuagem. Pois a vida seguirá seu curso, e esse processo afetará TIM, sem dúvida, até que a pele se transforme em quadro.
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