O principal satélite natural de Saturno, a lua Titã, sempre foi rodeado de mistérios. Esse é o segundo maior satélite natural de todo o sistema solar, sendo maior do que o tamanho da nossa Lua (diâmetro 50% maior), porém detentor de uma atmosfera mais densa do que a da própria Terra. E, por enquanto, é uma das poucas estruturas espaciais que possui evidências claras de corpos líquidos pela superfície. Suposições preveem que existem vulcões gelados e ciclos intermináveis de chuvas em Titã, sendo que hoje já sabemos que esse satélite possui oceanos.
Os cientistas da NASA analisaram dados mais recentes da Missão Cassini e chegaram à conclusão de que o oceano presente em Titã pode ser tão salgado quanto o Mar Morto aqui da Terra, localizado entre os países de Israel e Jordânia. Os novos resultados foram adquiridos com base nos estudos topográficos coletados pela sonda Cassini no decorrer dos últimos anos. Ao usar as informações de Cassini, os cientistas da NASA puderam criar um modelo de Titã, o que resultou na melhor compreensão das crostas de gelo presentes no exterior da lua de Saturno.
Um mundo congelado, frio e aparentemente salgado
“Titã continua a provar a si mesmo como um mundo infinitamente fascinante. Com nossa sonda de longa data Cassini, nós estamos descobrindo novos mistérios sobre Titã tão rapidamente quanto estamos solucionando os antigos”, disse Lina Spilker, cientista do projeto Cassini da NASA. Descobertas adicionais apoiaram as prévias indicações de crostas congeladas na Lua e que estão em um processo sólido de congelamento.
De acordo com as informações obtidas, os pesquisadores descobriram que existe um alto grau de densidade no mar de Titã para explicar os dados de gravidade. Isso quer dizer que o oceano é provavelmente muito mais salgado do que o originalmente pensado, como se fosse uma salmoura misturada com sais dissolvidos provavelmente de enxofre, sódio e potássio. A densidade indicada, segundo as pesquisas, faz do oceano de Titã muito mais salgado do que o Mar Morto, que já é dez vezes superior ao grau de sal encontrado nos oceanos da Terra.
“O oceano de Titã é extremamente salgado para os padrões da Terra”, disse o principal autor do trabalho, Giuseppe Mitri. “Sabendo disso, nós podemos mudar o modo como enxergávamos esse oceano como possível morada da vida como conhecemos, porém as condições podem ter sido bastante diferentes no passado”, garante ele. Mesmo sabendo nisso, os fatos não passam de suposição de dados, já que existem inúmeras outras características de Titã que não podem ser explicadas e que podem influenciar no processo.
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