quinta-feira, 14 de maio de 2015

Dilma diz que Petrobras 'merece' e sociedade 'exige' fim da corrupção

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quinta-feira (14) durante evento em Ipojuca (PE) que a Petrobras "merece" e a sociedade "exige" o fim de casos de corrupção na estatal. Ela participou do batismo do navio Marcílio Dias e da viagem inaugural do navio petroleiro André Rebouças, no Estaleiro do Atlântico Sul.
Alvo de um esquema de corrupção que cobrava propina de fornecedores, a Petrobras perdeu valor de mercado desde que as denúncias vieram à tona no ano passado.

As suspeitas de irregularidades provocaram a troca da cúpula da empresa e motivaram fundos de investimentos dos Estados Unidos e da Europa a ingressarem na Justiça para reivindicar indenizações em razão de supostos prejuízos causados aos investidores da Petrobras. Somente nos Estados Unidos já foram registradas pelo menos 11 ações coletivas contra a estatal.

"Vocês vejam o momento que a gente enfrenta, e temos de enfrentá-lo porque a Petrobras merece e a sociedade exige. Temos de enfrentar e acabar com todos os malfeitos, todas as atividades de uso indevido da empresa e todos o processos de corrupção, mas esta empresa é forte o suficiente, inclusive para ganhar o óscar tecnológico, nos Estados Unidos", disse a presidente.

Desde o início do ano, a presidente tem defendido a Petrobras em eventos dos quais participa. No mês passado, ao entregar unidades do programa Minha Casa, Minha Vida em Duque de Caxias (RJ), Dilma afirmou, sem citar nomes, que a estatal "limpou o que tinha de limpar".

Também em abirl, na posse do novo ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, ela declarou que a "luta" para recuperar a companhia é dela e "está em curso".
 Presente no evento de Dilma nesta quinta, o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, afirmou que a estatal sairá "mais forte e mais saudável" da crise que enfrenta após os escândalos de corrupção investigados pela Polícia Federal na Operação Lava Jato. Bendine disse também que a companhia "não se deixou paralisar". 
Modelos de exploração
Durante o evento desta quinta, a presidente afirmou que os atuais modelos de exploração de petróleo no Brasil: concessão e partilha.

Segundo explicação da presidente, o modelo de concessão costuma ocorrer em áreas de "alto risco", que não se sabe se há petróleo na região a ser explorada. Já o modelo de partilha, disse, é previsto para áreas que têm "muito petróleo".

Indústria naval

Em seu discurso, Dilma afirmou ter "perfeita clareza" de que o Brasil "superou obstáculos" para conseguir construir os dois navios inaugurados nesta quinta em Pernambuco. No evento, a presidente defendeu a qualidade e a tecnologia das embarcações, além da "melhoria" da formação técnica dos funcionários da Petrobras nos últimos anos.

Ela foi aplaudida do dizer que o Brasil "gosta" de outros países, mas quer produzir o que pode ser produzido no país.

"E nós começamos a construir a indústria naval do nada, porque tinham sucateado o parque que havia. E isso permitiu uma coisa importante, permitiu que uma decisão estratégica fosse tomada: a indústria naval não ia ser concentrada em um só lugar, beneficiando não só uma região do país", disse
.

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