Muitas pessoas curiosas geralmente fazem perguntas interessantes, e foi respondendo a uma dessas perguntas que Matthew Alice escreveu sobre a Mina Mir, um gigantesco buraco que você talvez nem saiba que existe, em sua coluna no San Diego Reader. Só para você ter ideia, a Mir tem quase 525 metros de profundidade por 1.200 de largura.
Se você já está espantado com o tamanho da coisa toda, lá vem outra informação que vai servir para que esse rombo gigantesco faça sentido: a Mina Mir fica na Sibéria, no município de Mirny, e é resultado de uma grande operação russa de extração de diamantes.
Proporções
A mina acabou ficando tão gigantesca e tão profunda que o governo russo precisou interferir no tráfego aéreo da região, alterando a frota de aviões que eventualmente acabassem sobrevoando o local. A medida foi tomada depois que alguns helicópteros acabaram sendo “engolidos” pela Mir. Esses acidentes provavelmente aconteciam devido às diferentes massas de ar criadas pelas variações de temperatura na superfície do buraco.
A construção da mina grandiosa teve início graças a um plano de Joseph Stalin, que via, na construção da mina, uma forma de proporcionar independência à União Soviética. Na época, a mina era monopolizada pela companhia de diamantes De Beers.
Os primeiros vestígios de diamantes foram encontrados no dia 13 de junho de 1955, quando alguns geólogos soviéticos encontraram traços da pedra vulcânica conhecida como Kimberlito, uma formação rochosa que geralmente está associada à presença de diamantes. A descoberta rendeu à Rússia o Prêmio Lenin, em 1957.
Estrutura
Quando a escavação realmente começou, os mineradores enfrentaram problemas principalmente por causa do inverno siberiano, que não apenas é extremamente frio como costuma durar longos períodos. No início, o solo estava congelado, o que dificultava ainda mais a escavação – só para você ter ideia, até mesmo o combustível e os pneus dos carros congelavam.
Para driblar o problema, os funcionários precisaram utilizar meios mais sofisticados de maquinários. Com a ajuda de dinamites, o gigantesco buraco era aberto aos poucos e, à noite, tudo precisava ser coberto para evitar o congelamento das máquinas.
Exploração
Apesar de toda a dificuldade de escavação, a mina rendia 10 milhões de quilates de diamantes por ano – desses, 20% eram considerados de alta qualidade. Depois de dez anos de exploração, a Rússia já tinha se tornado a terceira maior produtora de diamantes de todos os tempos.
O maior diamante descoberto na Mir foi encontrado no dia 23 de dezembro de 1980, quando uma pedra de 342,5 quilates pesando 68 gramas foi localizada. Nos anos de 1990, a mina passou a ser explorada pela empresa Sakha, que chegou a lucrar mais de US$ 600 milhões por ano com a venda das pedras preciosas.
Considerada o segundo maior buraco feito pelo homem em todo o mundo, essa mina é conhecida também como o “Umbigo da Terra”, devido ao seu formato. A Mir esteve em funcionamento de 1957 a 2001, quando foi fechada – ainda assim, é uma fonte de trilhões de quilates de diamantes, que poderiam suprir as necessidades do plante por mais de um milênio.
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