segunda-feira, 29 de junho de 2015

Transexuais e travestis vão ganhar abrigo exclusivo em SP

Centro de acolhida será primeiro do gênero no Brasil, diz Prefeitura.

Tempo máximo de permanência no espaço é de dois anos.

Tatiana SantiagoDo G1 São Paulo
Unidade móvel LGBT é inaugurada e terá orientação jurídica (Foto: Tatiana Santiago/G1)Unidade móvel LGBT é inaugurada e terá orientação jurídica (Foto: Tatiana Santiago/G1)
A cidade de São Paulo irá ganhar o primeiro abrigo destinado ao público de travestis e transexuais. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (29) por Alessandro Melchior, coordenador de políticas LGBT da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, durante a inauguração da primeira unidade móvel que irá orientar o público gay.
A Prefeitura havia dito ao G1 que o abrigo seria aberto em agosto. O governo municipal corrigiu a informação no fim da tarde, afirmando que o espaço "será sim inaugurado em breve, no segundo semestre, mas sem prazo estabelecido".
O imóvel que irá receber o abrigo está localizado no bairro Bom Retiro, no Centro da capital paulista. O local, que está passando por reforma, terá capacidade para abrigar 30 pessoas.
"Ele será o primeiro do gênero no Brasil", afirmou Melchior.
"Em outubro do ano passado, a gente inaugurou uns quartos LGBT na Zaki Narchi, foram os primeiros espaços de acolhida LGBT no Brasil e tem demanda. Então a gente tinha um projeto de criar um exclusivo".
Para concorrer a uma vaga, os interessados devem passar por uma triagem na Assistência Social. "A prioridade das vagas no abrigo é para as pessoas do Transcidadania", disse. O tempo máximo de permanência no espaço é de dois anos.

Unidade móvel
A primeira unidade móvel LGBT foi inaugurada na manhã desta segunda-feira e ficará no Centro de São Paulo, no Largo do Arouche e na Rua Augusta. A unidade funciona de quinta a domingo das 18h às 23h e aos sábados.
Interior da unidade móvel LGBT tem atendimento jurídico (Foto: Tatiana Santiago/G1)Interior da unidade móvel LGBT tem atendimento jurídico (Foto: Tatiana Santiago/G1)

Para o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, a homofobia deveria ser combatida de forma mais rígidas com legislação menos branda. "Toda e qualquer forma de violência é inaceitável. Esse tipo por preconceito é mais inaceitável ainda", disse Haddad.

Ao todo serão cinco unidades móveis até o fim da gestão, sendo duas até o fim deste ano. Além do atendimento jurídico, haverá teste rápido de saliva para detectar doenças transmissíveis. O atendimento jurídico não será apenas em caso de homofobia, mas para todos os usuários em situação de vulnerabilidade.
O público gay gostou da novidade. É o caso da travesti Atenas Joy da Silva, de 27 anos, que hoje trabalha como recepcionista do Centro de Cidadania LGBT, da Prefeitura de São Paulo. "Eu acho que é uma forma do governo ajudar as minorias, os LGBT sempre sofrem violência", conta. "Antes de virar travesti fui vítima de violência física, depois só de violência verbal. Eles tentam fazer a gente se sentir discriminada", contou ela.
"Eu acho que é um grande avanço para São Paulo. Isso é mais uma vitória para conscientizar as pessoas que estamos aí. Nós GLBT precisamos de uma assistência, a morte do GLBT não é uma morte natural como das outras pessoas, mas é uma morte com ódio e preconceito e isso precisa acabar", afirmou Aline Marques, de 37 anos, que diz que passou parte da vida se prostituindo por falta de oportunidades. Agora, ela participa do programa da Prefeitura que dá bolsas de estudo para transexuais estudarem.
Transexual relata violência sofrida por causa do preconceito (Foto: Tatiana Santiago/G1)Transexual Aline Marques relata violência sofrida por causa do preconceito (Foto: Tatiana Santiago/G1)
Bolsas de estudo
A Prefeitura de São Paulo oferece bolsas de R$ 840 para travestis e transexuais completarem seus estudos ou fazerem cursos profissionalizantes.
As medidas fazem parte do programa Transcidadania, que será lançado pela Prefeitura ainda neste mês. A ideia é atender inicialmente cem pessoas, mas ampliar o programa no segundo semestre. Das cem primeiras bolsas, a taxa de desistência foi de apenas 3%.
O investimento total previsto é de R$ 2 milhões para 2015. A bolsa de R$ 840 será oferecida por um período de dois anos, e os participantes terão que comprovar presença nas aulas para receber o valor.
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Atenas  (Foto: Tatiana Santiago/G1)A travesti Atenas Joy da Silva diz que minorias poderão lutar pelos seus direitos (Foto: Tatiana Santiago/G1)

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