quarta-feira, 13 de maio de 2020

Vírus em morcego rechaça teoria de que Sars-CoV-2 é criação humana

Via: InstaGalileu.globo.com

De acordo com cientistas, semelhanças entre os aminoácidos presentes em ambos os organismos evidenciam teoria de evolução natural do novo coronavírus

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REDAÇÃO GALILEU
Globo+
Vírus encontrado em morcego rechaça teoria de que Sars-CoV-2 é criação humana (Foto: Unsplash)
VÍRUS ENCONTRADO EM MORCEGO RECHAÇA TEORIA DE QUE SARS-COV-2 É CRIAÇÃO HUMANA (FOTO: UNSPLASH)
Com o avanço da pandemia de Covid-19, pesquisadores de todo o mundo buscam compreender onde surgiu o Sars-CoV-2, coronavírus causador da doença. Agora, um estudo liderado por cientistas da Universidade de Shandong, na China, promete dar um novo passo rumo à resposta.
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Segundo um artigo publicado pela equipe na revista Cell Press no início de maio, algumas partes do genoma de um vírus que atinge morcegos, conhecido como RmYN02, são muito parecidas com a do novo coronavírus. Embora não seja um precursor evolutivo direto do Sars-CoV-2, o organismo evidencia que o novo coronavírus evoluiu naturalmente.
Como explicam os pesquisadores, o que mais chama atenção na descoberta é a presença dos aminoácidos entre as partes S1 e S2 da proteína spike do coronavírus. "Desde a descoberta do SarS-CoV-2, houve várias sugestões infundadas de que o vírus tem origem laboratorial", comentou Weifeng Shi, líder do estudo, em comunicado. "Em particular, foi proposto que a inserção de S1/S2 é altamente incomum e talvez indicativa de manipulação de laboratório. Nosso artigo mostra muito claramente que esses eventos ocorrem naturalmente na vida selvagem."
O parente mais próximo do Sars-CoV-2 é outro vírus, chamado RaTG13, que foi previamente identificado em morcegos na província de Yunnan. Mas o RmYN02 é ainda mais parecido com o coronavírus causador da Covid-19: em algumas partes do genoma, inclusive na seção mais longa de codificação, chamada 1ab, os micorganismos compartilham 97,2% de seu RNA.
Ainda assim, os dois vírus têm características fundamentalmente diferentes — como as inserções entre as partes S1 e S2 da proteína spike. De acordo com os especialistas, essas divergências indicam a evolução independente e natural desses microrganismos. 
"Nosso trabalho lança mais luz sobre a ancestralidade evolutiva do Sars-CoV-2", pontuou Shi. "Nem o RaTG13 nem o RmYN02 são os ancestrais diretos do Sars-CoV-2, porque ainda existe uma lacuna evolutiva entre esses vírus. Mas nosso estudo sugere fortemente que a amostragem de mais espécies selvagens revelará vírus que estão ainda mais intimamente relacionados ao Sars-CoV-2 e talvez até a seus ancestrais diretos, o que nos dirá muito sobre como esse vírus apareceu nos humanos."
 

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