Comunicação
Inovação, Pesquisa, Tecnologia 30 de novembro de 2015.
A tecnologia de identificação eletrônica em animais chegou a Universidade Federal Rural do Semi-Árido nesta segunda, 30. A prática já é comum em bovinos pelo país, mas em caprinos e ovinos o método está só começando e a Ufersa é a primeira instituição de ensino do Nordeste a aplicar a tecnologia de identificação eletrônica em ovelhas e cabras.
O bolus, como é chamado o chip de identificação, tem 7 centímetros de comprimento e pesa cerca de 70 gramas. O acessório é composto por um microchip revestido numa cápsula de cerâmica. A aplicação é simples e rápida. Pela própria boca do animal, o pesquisador ou técnico insere o bolus até ter a certeza de que o acessório chegou ao retículo da cabra ou da ovelha. É lá que o chip ficará armazenado sem nenhum problema para o animal.
Na prática, essa tecnologia de identificação eletrônica permite um maior e melhor controle zootécnico, com registro periódico e sistematizado de todas as informações acerca de pesagens e curvas de crescimento, reprodução, parições, produção de leite, características de carcaça, além de todo o pedigree dos animais, ou seja, as informações sobre os ascendentes (pais) e os descendentes (filhos) e os colaterais (irmãos e primos).
A professora Débora Façanha Evangelista do Departamento de Ciências Animais e o professor Luiz Alberto Bermejo da Universidade de La Laguna, da Espanha, são os responsáveis pela implantação dos bolus no rebanho de cabras e ovinos da Ufersa. Também participam da implantação estudantes do curso de Zootecnia. Nesse primeiro momento, 30 animais receberão o acessório que foi importado da Espanha, onde a sua utilização é obrigatória para todos os produtores de caprinos e ovinos cadastrados em programas governamentais ou não.
“As informações repassadas pelos chips são fundamentais para a seleção de animais em programas de melhoramento genético. Sem elas não se pode calcular parâmetros importantes das populações a serem trabalhadas, sejam em raças importadas ou em raças localmente adaptadas. No Brasil, a maior parte dos rebanhos de ruminantes é manejada em condições extensivas ou semi-intensiva a pasto, o que requer a adoção de sistemas de identificação seguros, que evitem a perda da numeração dos animais no campo”, relatou a professora Débora.
Adquirido por meio do Projeto “Conservação IN SITU de Ruminantes e Biodiversidade do Bioma Caatinga” que tem como um dos objetivos a recuperação e a conservação da raça caprina canindé, o sistema de identificação eletrônica já é uma realidade em bovinos, sobretudo, os voltados para a exportação, por se tratar de uma exigência do mercado externo. No entanto, em se tratando de caprinos e ovinos, esta tecnologia está ao alcance de poucos no Brasil. Na região Nordeste,
que detém cerca de 90% dos caprinos do país, os criadores são totalmente desprovidos de informações, chegando, muitos deles a nem sequer saberem a quantidade de animais que possuem.
Estender essa tecnologia ao máximo de criadores é um outro objetivo do projeto. O custo operacional de cada bolus custa em torno de 2,00 euros e as despesas fixas com material de implantação e leitores de bolus podem ser divididas ao longo dos anos.
O reitor da Ufersa, o professor José de Arimatea de Matos, abriu os trabalhos de implantação do sistema eletrônico de identificação nos animais da Ufersa. “Esse é um trabalho pioneiro e de alta tecnologia que a Ufersa está implantando no seu rebanho de caprinos e ovinos. Somos uma instituição de vanguarda por sermos a primeira universidade da região a adquirir tal tecnologia. Acreditamos que esse novo sistema de identificação será fundamental para o sucesso de nossas pesquisas com a apresentação de grandes resultados”, comentou o reitor.
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