Você dorme muitas horas e não se sente descansado? Ou tem dificuldade para realizar atividades cotidianas porque se sente fraco? O cansaço excessivo pode ser sinal de alguma doença, como anemia, hipotireodismo, diabetes e até mesmo tolerância à lactose, segundo especialistas consultados pelo R7.
O endocrinologista membro da SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia) Pedro Assed explica que a astenia, que é a perda ou redução da força física é “a pontinha do iceberg. São os outros sintomas que definem de que doença se trata cada caso [veja abaixo cada caso]”.
O endocrinologista membro da SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia) Pedro Assed explica que a astenia, que é a perda ou redução da força física é “a pontinha do iceberg. São os outros sintomas que definem de que doença se trata cada caso [veja abaixo cada caso]”.
Além disso, o especialista explica que é necessário separar a fadiga em fadiga física e psicológica. A indisposição psíquica, que impede a realização de atividades, sugere doenças como depressão. Nesse caso, o mais indicado é buscar um psiquiatra, que pode realizar uma avaliação completa do quadro para o tratamento correto.
— Já para o cansaço físico, as possibilidades são múltiplas e incluem condições como intolerância a lactose, anemia, hipotireoidismo e diabetes.
Hipotireoidismo
Trata-se de uma disfunção na tireoide, glândula que atua no crescimento das crianças, no peso, na memória, na fertilidade, no humor e no controle emocional. Essa doença faz com que o organismo ataque a glândula, que para de produzir os seus principais hormônios. A principal causa, conforme explica o endocrinologista, é a tireoidite de Hashimoto, uma doença autoimune e crônica.
Os sintomas envolvem ganho de peso, intolerância ao frio, queda de cabelo, retenção de líquido, constipação, unhas quebradiças, sonolência e cansaço. A doença é controlável com medicamentos de reposição hormonal.
Diabetes
Há dois tipos principais: o tipo 1 é comum em crianças, adolescentes e jovens adultos, e é um ataque autoimune contra o pâncreas, que deixa de produzir insulina, o hormônio responsável por diminuir os níveis de açúcar no sangue, explica Assed.
— Com isso, a glicemia tem uma disparada súbita e é necessário iniciar o uso da aplicação de insulina na via subcutânea.
Já o diabetes tipo 2 corresponde a 80% dos casos, acomete adultos entre 50 e 80 anos e está ligado ao excesso de peso e aos maus hábitos, como sedentarismo. Nesse tipo, a insulina tem dificuldade de agir corretamente e, ao longo do tempo, o pâncreas a deixar de produzir o hormônio nos níveis adequados.
— O tratamento inicial envolve mudança nos hábitos e medicação, porém, em algum momento, o indivíduo pode vir a precisar de insulina.
No caso do diabetes, seja qual for o tipo,os sintomas são excesso de fome, ingestão excessiva de água, excesso de urina, perda de peso inexplicável e cansaço, especialmente quando a glicemia está descontrolada. Segundo Assed, o cansaço se dá por causa da desidratação e pela dificuldade do organismo em transportar a glicose para as células.
De acordo com o endocrinologista, como os sintomas podem não ser tão claros, o diagnóstico é, por vezes, tardio. Por causa disso, é importante realizar exames médicos com frequência — a cada seis meses — para ficar atento. O papel do médico nesse caso é alertar aqueles que têm predisposição à doença sobre os riscos.
Hipoglicemia
O quadro de hipoglicemia, quando baixa o nível de açucar no sangue, é comum em quem tem diabetes. Porém, também pode ocorrer em decorrência de certo tipo de medicações e também em quem fica em jejum prolongado também pode enfrentar os sintomas.
Os sintomas da hipoglicemia incluem tontura, tremor, taquicardia, alteração de humor, sonolência, agitação, sensação de desmaio e suor frio. O tratamento para o caso é a reposição de glicosee. Em casos mais brandos, um suco de laranja com açúcar ou copo de refrigerante é suficiente, mas em casos graves pode ser necessário injetar glicose na veia.
Anemia
Há vários tipos de anemia, mas a mais comum é a causada por deficiência de ferro, chamada de ferropriva, segundo explica Camila Naegeli Caverni, nutricionista da Headache Center Brasil e pesquisadora da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Outros tipos como as deficiências de zinco, vitamina B12 e ácido fólico são mais raros.
A anemia reduz os níveis de hemoglobina em circulação na corrente sanguínea, o que significa que as células vermelhas não se formam corretamente. Com isso, o transporte de oxigênio para as células do sangue diminui, o coração trabalha mais e a pessoa fica cansada, pálida e prostrada. Um dos sinais mais famosos da anemia é a coloração no interior do olho, que fica amarelado.
A anemia reduz os níveis de hemoglobina em circulação na corrente sanguínea, o que significa que as células vermelhas não se formam corretamente. Com isso, o transporte de oxigênio para as células do sangue diminui, o coração trabalha mais e a pessoa fica cansada, pálida e prostrada. Um dos sinais mais famosos da anemia é a coloração no interior do olho, que fica amarelado.
As causas da doença são a insuficiência de alimentos fonte de ferro na dieta ou ingestão de alimentos com baixa biodisponibilidade — que acontece quando o ferro não é bem absorvido pelo organismo, explica a nutricionista.
— A forma de tratar é reintroduzir alimentos que são fonte de ferro diariamente. As principais fontes são carnes vermelhas, principalmente miúdos como moela, além de fígado. Depois, há as carnes de aves e peixes e mariscos crus. É possível comer alimentos de fontes vegetal como agrião e rúcula; leguminosas como feijão, ervilha e lentilha; grãos integrais como arroz; e alimentos enriquecidos como pão e leite.
É possível que haja necessidade de medicamento, dependendo da gravidade da deficiência. Além disso, Camila explica que não é indicado consumir ferro e cálcio na mesma refeição, porque no momento da absorção dos nutrientes pelas células, eles utilizam o mesmo canal e o cálcio acaba sendo melhor absorvido.
Uma dica para melhorar a absorção do ferro é consumir alimentos ricos em ácido ascórbico: as frutas cítricas são as que melhor desempenham essa função.
Intolerância à lactose
A intolerância à lactose se dá devido à deficiência total ou parcial de uma enzima chamada lactase, que é responsável pela quebra da lactose, um açúcar presente no leite e seus derivados. A lactose não consegue entrar nas células inteira, então precisa ser quebrada, segundo explica a nutricionista. Quem tem deficiência da lactase não consegue transformar a lactose, que entra intacta no intestino. Com isso, os processos de fermentação das bactérias intestinais acontecem causando desconforto abdominal ao indivíduo, que sente cólicas, aumento de produção de gases e até irritação e inchaço.
Esse quadro, se prolongado, causa desconforto, diarreia, cólica e processos inflamatórios no intestino. O processo pode gerar diminuição na absorção de vitaminas e minerais, o que ocasiona o cansaço, bem como queda capilar, unhas quebradiças, pele ressecada e demais sintomas relacionados a cabelo, pele e unhas, como diz a nutricionista.
— Há três tipos de intolerância. A congênita, em que a pessoa já nasce incapaz de produzir a enzima lactase; a primária, que é a mais comum e acontece porque naturalmente a produção da enzima diminui no decorrer da vida e a causada por doenças intestinais, porque a desregulação no processo digestivo pode ocasionar a intolerância.
O tratamento é via alimentação. A especialista conta que, hoje, há muitos alimentos sem lactose com sabor agradável e que é possível fazer substituições. Há também a possibilidade de consumir a enzima lactase em comprimidos antes de fazer refeições. Entretanto, a nutricionista faz considerações.
— Pode haver o consumo, mas eu não recomendo que seja de forma contínua e prefiro fazer intervalos durante esse tipo de tratamento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentem aqui sua opinião humilde respeitando os valores humanos.