Quem conhece, nunca esquece! Comunidade do Apanha Peixe, na zona rural
de Caraúbas, no Rio Grande do Norte, criada pela família Nogueira,
depois de um grande confronto entre os índios Tapuias Paiacus. O site
Icém Caraúbas conta um pouco desta história, confira:
Antes de receber o nome de Apanha Peixe, era apenas uma fazenda do
século XVIII, do proprietário Manoel Nogueira, que era considerado muito
rico e que junto com sua família obtiveram sete datas de terra no
município de Apodi ou melhor “na Ribeira do Apodi”, com cada um medindo
três léguas de cumprido por uma de largura.
Data de terra, que se tornou usual no século XVIII, eram porções de
terra concedidas pela coroa aos súditos com a obrigação de povoar e
cultivar a terra e isso Manoel Nogueira foi o primeiro povoador da
localidade que no futuro iria se chamar de Apanha Peixe.
Na Ribeira do Apodi, Manoel Nogueira, conseguiu construir uma grande
fazenda de gado e de escravos, onde ao leste da lagoa, ele construiu um
grande forte para se defender dos constantes ataques dos índios.
O forte passou a ser muito conhecido na época, tanto pelo poder
econômico do proprietário, como pela estrutura e recebeu o nome de
"Tapera Velha", que para muitos esse foi o primeiro nome dado ao local,
ou seja, o primeiro nome da comunidade do Apanha Peixe.
Após a colonização de Apodi, que teve início, com a concessão de
sesmarias, em 19 de abril de 1680, os irmãos Manoel Nogueira Ferreira e
João Nogueira, que ali se estabeleceram com fazendas agropecuárias, e
que neste período Matias Nogueira, João Nogueira e Baltazar Nogueira,
fundadores do Apodi, participaram de um grande conflito com os índios no
dia 9 de agosto de 1688, no Forte Tapera Velha. Durante o confronto, os
índios deixaram morto Baltazar Nogueira, às margens da lagoa, que no
futuro receberia o nome de Apanha Peixe. Os irmãos Nogueira e seus
familiares foram obrigados a abandonar suas propriedades, só regressaram
anos depois, sendo Manoel Nogueira nomeado capitão-mor.
Já no ano de 9 de maio de 1740, as terras que ficavam nas proximidades
do Forte “Tapera Velha”, começaram a serem demarcadas as datas de
Sesmaria do Apanha Peixe, que foram requeridas por Margarita de Freitas e
Antônia de Freitas, no lugar denominado de "Tapera Velha" ao leste da
Lagoa Apanha Peixe para o lado do Pacó, na zona rural de Apodi.
Após a demarcação, em 29 de julho de 1751, a localidade foi dividida em
duas partes, quando capitão Manoel Carvalho de Azevedo comprou as terras
e nesta época começou a se chamar "Apanha Peixe de Fora", que é hoje o
atual Apanha Peixe que conhecemos, já a outra parte continuou sob o
domínio da poderosa família Nogueira.
O nome de Apanha Peixe, segundo a tradição oral, vem do fato que quando o
vento soprava fazia ondas nas águas, e jogava os peixes fora, naquela
época não existiam redes para pegar os peixes, e quando eles ficavam
fora da água o povo gritava "Apanha Peixe!", e tão grande era a pescaria
que se realizavam a mão sem auxílio de qualquer outra armadilha, que
veio para a lagoa, o sugestivo nome de "Apanha-Peixe".
Outro fato que marcou a comunidade foi no dia 12 de junho de 1927, foi
nesta data que o temido Lampião e seu bando de passagem para Mossoró,
fizeram rápida parada naquela lagoa aonde banharam os seus animais,
encheram suas moringas d’águas e em seguida fizeram José Paulino
Bezerra, mais conhecido como "O Velho Pequeno" como refém. Segundo os
mais velhos, apesar da pisa que "Pequeno" sofreu, ele não entregou
nenhum vintém de suas economias aos bandidos.
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