Esses dias começaram a circular pela internet imagens realmente assustadoras de uma imensa fenda que surgiu na África. Mais especificamente, a enorme abertura apareceu no Quênia, na região sudoeste do país, se estende por vários quilômetros e, em alguns trechos, apresenta cerca de 15 metros de profundidade e por volta de 20 m de largura. Se você não chegou a ver nada a respeito, confira o vídeo a seguir, capturado sobre uma estrada destruída pela fenda:
Impressionante, você não concorda? A fenda surgiu após fortes chuvas terem atingido a região em meados de março, acompanhada de atividade sísmica na região. Além disso, desde que o processo teve início, a abertura não parou de aumentar e, de acordo com os geólogos, ela é evidência de que o continente africano poderá, dentro de algumas dezenas de milhões de anos, se fragmentar em dois.
Milhões e milhões de anos
Na verdade, apesar de todos estarem vendo a fissura se abrir cada vez mais, gradualmente, não é de hoje que os especialistas estudam a possibilidade de que a África se fragmente. A fissura se encontra em uma região do continente africano conhecida como Vale do Rift — ou da Grande Fenda —, que fica na África Ocidental e consiste em uma zona de divergência de placas tectônicas na qual a placa africana se encontra em pleno processo de separação.
(Quartz/James Wood e Alex Guth/Michigan Technological University/NASA)
A crosta terrestre, como você deve saber, é composta por diversas placas tectônicas que “flutuam” sobre o magma e, portanto, apesar de elas serem compostas por material rochoso e serem rígidas, elas se movimentam — e suas bordas se empurram, distanciam, se “encavalam” e se roçam umas contra as outras.
No caso do Vale do Rift, ele se formou como resultado dessa movimentação toda há milhões de anos, quando duas placas se separaram e, hoje, ele é composto pelas placas somali e núbia — que estão se distanciando. O Grande Vale se estende por mais de três mil quilômetros, indo desde o Golfo de Adén, ao norte, até o Zimbábue, ao sul, e a fenda, além de ter atravessado a rodovia Nairobi-Narok, se alastrou por terras agrícolas do condado de Narok, no Quênia, e chegou a dividir diversas residências em dois.
Vale do Rift na Tanzânia (Quartz/Shutterstock)
No entanto, embora a fissura seja impressionante e tenha provocado estragos — e bastante assombro —, ela é apenas uma amostra pequenininha do que vem acontecendo debaixo da superfície há muito, muito tempo. E, apesar de os residentes da região não terem que se preocupar em se mudar de lá correndo, é bom eles terem em mente que a atividade sísmica na área deve aumentar.
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